Os servidores do sistema socioeducativo do Paraná estão apreensivos quanto a chegada da vacina para a categoria. Diversos estados já os vacinaram, mas em Curitiba os servidores não sabem nem se ocorrerá a vacinação e quando.
Recentemente um agente socioeducativo não resistiu as complicações da Covid 19 e veio a óbito. Uma servidora da área pedagógica que trabalha na unidade está intubada. Outros agentes e adolescentes já foram contaminados. “Apesar de ser um local com extremos riscos de contaminação a categoria não tem nem informações. Gera muita apreensão” afirma Mário Monteiro, Diretor do Sindicato dos servidores do Socioeducativo e Secretaria de Justiça e Família do Estado do Paraná (Sindsec).
Um abaixo assinado foi protocolado na Secretaria Municipal de Saúde pelo Sindsec e faixas foram postas em frente ao Cense Curitiba. O sindicato também acionou o Ministério Público. Segundo previsão do próprio município seriam cerca de 200 vacinas para atender a esse público. “Porém o número de pessoas atingidas é muito maior. Há circulação de advogados, policiais, adolescentes apreendidos, familiares que tanto podem transmitir como serem contaminados. Como os adolescentes não podem ser vacinados a única forma de protegê-los é vacinando os funcionários” afirma Monteiro.
Os servidores do socioeducativo estão incluídos como público prioritário no Plano Nacional de Imunização (PNI) em decorrência da articulação do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) como o Ministério da Saúde (MS) e ainda conforme Recomendação Conjunta no 1 de 9 de setembro de 2020 assinado pelo MMFDH, Ministério da Cidadania (MC), Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
No estado do Paraná foi emitida nota técnica n° 04/2021 pelo comitê interinstitucional socioeducativo presidido pelo desembargador Ruy Muggiati, Supervisor do grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e de Medidas Socioeducativas com o seguinte despacho:
“Por isso é ainda mais importante que os profissionais que trabalham com esses adolescentes sejam priorizados na campanha de imunização, protegendo, assim os responsáveis pelo contato direto, sejam agentes ou funcionários administrativos e assemelhados e, indiretamente os adolescentes que cumprem medida de internação e semiliberdade”
Diversos estados já vacinaram ou iniciaram a vacinação desse grupo como RJ, MG, TO, GO e PA entre outros. No Paraná não há informações e novas ações não estão descartadas.