A Polícia Civil do Paraná (PCPR) elucidou 100% dos casos de desaparecimentos de adolescentes e adultos registrados entre janeiro e outubro desse ano em Curitiba. Ao todo, 823 boletins de ocorrência (BOs) relativos ao tema foram registrados no período. A agilidade nas investigações e a colaboração de familiares são essenciais para a conclusão dos procedimentos, que possuem mais chance de sucesso em curto prazo de tempo.
A delegada Iara Laurek Dechiche afirma que todos os casos registrados em 2019 estão esclarecidos. “Desse ano não temos nenhum caso de desaparecimento que não tenha sido solucionado. Todos os crimes solucionados são referentes a adolescentes, de 12 a 18 anos de idade, e a adultos”, explica.
BAIXA – Segundo a delegada, há situações em que os familiares não dão baixa no BO depois que o familiar aparece. Dos 823 boletins de ocorrência, 148 (18%) ainda não tiveram baixa, procedimento que deve ser feito na unidade policial pelas pessoas que comunicaram o desaparecimento.
Iara enfatiza a importância tanto da comunicação do desaparecimento quanto da posterior sobre a localização da pessoa. “Ambas as comunicações podem ser feitas em qualquer delegacia física. O familiar precisa apenas levar um documento”, explicou.
CASOS ANTIGOS– – Entre 2013 e 2018 a PCPR registrou 6.162 boletins de ocorrência de desaparecidos em Curitiba. Do total, 5.751 (96,3%) tiveram baixa e 411 (3,7%) continuam sem comunicação de parentes. A delegada da Polícia Civil afirma que a maioria dos 411 já foi solucionada, mas os casos ainda aparecem na estatística como “pendentes” justamente devido à falta de comunicação dos familiares quanto à localização dos desaparecidos no período.
Iara explica que a Polícia Civil não pode dar baixa em um caso de desaparecimento sem que uma pessoa identificada como familiar do desaparecido vá até uma unidade policial. “É uma questão de segurança. Não podemos dar baixa no caso sem a notícia do familiar, até porque envolve a segurança de quem fez a comunicação”, disse. A partir do momento que um caso é fechado, termina-se a investigação e o retrato do desaparecido é retirado de circulação.
Não comunicar o aparecimento de uma pessoa também implica em dividir o trabalho de investigação entre aqueles que realmente estão desaparecidos e precisam de um empenho maior dos policiais civis.
REGISTRO – – A notícia de desaparecimento deve ser feita assim que familiares notarem a ausência sem causa conhecida de uma pessoa. Não é necessário esperar 48 horas para fazer a comunicação; qualquer delegacia pode fazer o registro da ocorrência no Estado independente de ser especializada em busca de desaparecidos ou não.
O registro do BO também pode ser feito pela internet no link www.delegaciaeletronica.pr.gov.br/, mas será fundamental que após o procedimento o familiar vá a uma delegacia para levar uma foto do desaparecido e prestar mais informações.
Através da página www.desaparecidos.pr.gov.br é possível verificar as pessoas que estão desaparecidas no Estado. Caso encontre um familiar seu que já foi localizado, a Polícia Civil orienta que comunique o fato a uma unidade policial para que seja retirada a fotografia da página.
Dos 6.985 boletins de ocorrência registrados entre 2013 e outubro de 2019, 59% são de pessoas adultas e 41% de adolescentes. Nota-se maior incidência de desaparecimento entre pessoas do sexo masculino (54%).