Estão sendo cumpridos 7 mandados de prisão preventiva no Brasil, 3 mandados de prisão na Europa, 80 mandados de busca e apreensão nos Estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
A Polícia Federal, em conjunto com o Centro de Operações Especiais – COPE e a Interpol, deflagraram na manhã desta terça-feira (20/09) a Operação Duplo Risco para desarticular organizações criminosas especializadas na prática do crime de tráfico transnacional de entorpecentes. A PF contou no decorrer da operação com o apoio das Polícias Espanhola, Suíça e Portuguesa e hoje conta com o apoio aéreo da Polícia Militar.
Durante a investigação, que iniciou no ano de 2017, foi possível efetuar minucioso aprofundamento do modus operandi destas organizações criminosas, o que possibilitou à Polícia Federal compreender o funcionamento de todas as etapas dos crimes praticados, desde a cooptação de aliciados (vulgarmente chamados de “mulas”), a preparação das malas contendo a droga, a compra de passagens e hospedagens, a orientação e os roteiros para aliciados, até a última etapa, consistente na entrega da droga para os traficantes no exterior.
As pessoas aliciadas eram preparadas para se passarem por turistas e assim levar a droga para o exterior, em especial para a Europa, Ásia e Oriente Médio. Por vezes, as organizações criminosas convenciam os aliciados para levarem seus próprios filhos menores nestas viagens, como mais uma forma de tentar ludibriar a fiscalização.
Estes grupos causaram grave prejuízo social, uma vez que cooptam jovens que não possuem histórico criminal, geralmente pessoas de baixa renda, sob promessas de lucros fáceis e exorbitantes, iludindo-os com a possibilidade de viagens à Europa com todas as despesas pagas, inclusive aquisição de vestuário para a viagem.
Hoje estão sendo cumpridos 7 mandados de prisão preventiva no Brasil, 3 mandados de prisão na Europa (dois na Espanha e um em Portugal), 80 mandados de busca e apreensão nos Estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, bem como ordens de bloqueio de contas bancárias, sequestros e apreensões de imóveis e veículos de luxo, visando a descapitalização dos grupos.
Os investigados responderão pelos crimes de tráfico transnacional de entorpecentes, organização criminosa e lavagem de dinheiro, com penas que podem cumulativamente chegar a 33 anos de prisão.
Nome da operação:
A expressão “DUPLO RISCO” remete ao fato de que muitos dos aliciados “mulas” viajaram do Brasil para a Europa transportando cocaína e no retorno trouxeram para este País drogas sintéticas correndo, portanto, o risco de serem presos duplamente em cada viagem.