O Zoo de Curitiba tem dois novos moradores. Um deles é o urso-de-óculos Thorin, que veio do Zoo de Sorocaba, e já está instalado em seu recinto para ensinar mais sobre a sua espécie aos visitantes. Já o tamanduá-mirim Kadu, que ainda aguarda fora do setor expositivo, foi encaminhado pelo Instituto Água e Terra (IAT). Vítima de atropelamento, o animal não pode voltar à natureza.
As transferências de animais são comuns e importantes para o trabalho desenvolvido pelos zoológicos, tanto na reprodução de espécies ameaçadas, quanto na educação ambiental para a conservação da fauna, lembra o diretor de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria de Meio Ambiente, Edson Evaristo.
“Em contrapartida, pelo recebimento do Thorin, encaminhamos guarás do Passeio Público, espécie que reproduzimos fora da natureza com bastante sucesso por aqui”, conta. Em outubro de 2021, a instituição paulista encaminhou a onça-pintada Rauni e recebeu um muriqui-do-sul, duas espécies ameaçadas de extinção.
Um urso latino-americano
Ursos-de-óculos são a única espécie de ursos da América Latina – eles vivem, em especial, na Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela e estão ameaçados de extinção, devido à perda gradual de habitat.
Quem quiser conhecer o Thorin, pode visitar o Zoológico de Curitiba de terça a domingo, das 10h às 16h. Seu recinto fica ao lado do dos leões, onde vivia um exemplar da mesma espécie, o urso-de-óculos Andy, que ficou 13 anos no Zoo e faleceu em 2019.
Salvo de atropelamento
Assim como aconteceu com a Mali Pandora, onça-parda encaminhada ao Zoo pelo IAT, o tamanduá-mirim Kadu foi vítima de atropelamento em uma rodovia. Ele estava com a sua mãe e ela não resistiu aos ferimentos. O pequeno órfão foi criado, então, Centro de Apoio à Fauna Silvestre (CAFS) da Unifil, em Londrina.
“Como ele também não pode voltar à natureza, fomos designados para tomar conta dele”, informa Evaristo.
Férias no Zoo
Seguem até o final do mês as atividades especiais para os curitibinhas no Zoo de Curitiba. Lá, eles podem acompanhar o comportamento dos animais – boa parte deles vinda de apreensões irregulares ou atropelamentos que os impediram de voltar para a natureza – e saber mais sobre os cuidados que eles recebem, assim como sobre os programas que o espaço mantém para reprodução de espécies nativas ameaçadas.
No Centro de Educação Ambiental haverá atividades especiais sobre os muriquis-do-sul, também conhecidos como mono carvoeiros, apadrinhados pelo Zoo de Curitiba.
Todos os dias, a partir de sexta-feira (23/12), as crianças participam do “Enigmas do Muriqui”, com dois caminhos com enigmas a serem resolvidos pelos visitantes a respeito da espécie, com a ajuda de cartilhas. Ao final, o curitibinha recebe uma carteirinha de membro do Clubinho da Conservação
Às quartas e sextas (das 14h às 15h30min) e sábados (10h às 12h) os curitibinhas vão poder participar de oficinas de desenhos e pinturas do muriqui com tinturas naturais (argila e pó de café). Os desenhos poderão ser levados pelo visitante ou ficar em exposição no Espaço Brincante da Capivara, junto ao Centro de Educação Ambiental.
Recentemente, a instituição foi reconhecida pela Associação Brasileira de Zoológicos e Aquários do Brasil (Azab) e pela Wild Welfare, instituição internacional que atesta o bem-estar de animais mantidos em cativeiro.
Serviço:
Visitar o Zoológico Municipal de Curitiba
Funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 16
Endereço: Rua João Micheletto, 1500 – bairro Alto Boqueirão