Com corredor de balões, um cartaz personalizado e muitos sorrisos e emoção, Lívia Godoi da Silva, de 5 anos, foi recebida no Centro Municipal de Educação Infantil Jardim Gabineto, na Cidade Industrial de Curitiba, após meses de tratamento de uma condição cardíaca.
Lívia nasceu com uma cardiopatia chamada CIV, ou Comunicação Interventricular, uma condição sem grandes riscos, mas que pede acompanhamento médico. Em uma consulta, aos 4 anos, foi detectada uma infecção séria no coração. A menina foi internada no dia 13 de junho do ano passado e precisou se afastar da escola e entrar na fila para um transplante de coração.
Foi um tempo muito difícil para a família de Lívia, mas também de fortalecimento da comunidade. Os pais nunca abriram mão do vínculo com a instituição de ensino e com os colegas da filha, que mandavam cartas e vídeos desejando melhoras.
Em 12 de novembro de 2024, um coração compatível veio de Cuiabá (MT) para inaugurar uma nova fase na vida da menina. A cirurgia correu bem e ela passou mais um tempo em recuperação, até 1° de agosto de 2025, quando os médicos liberaram seu retorno para a escola.
Dia de Festa
Era uma sexta-feira de manhã, quando Lívia voltou à sala de aula pela primeira vez desde sua internação, agora no Pré II. As suas professoras, Valéria Bernardes Borel e Gabrielly Matos, haviam mobilizado toda a turma, que preparou uma surpresa com balões coloridos e cartazes para comemorar sua volta.
“Eu senti que eles me amam e me agradeceram por voltar. A minha amiga Júlia me deu flores bonitas”, contou Lívia.
A coleguinha Júlia Trevisan, 6 anos, que é a sua melhor amiga, foi uma das mais animadas pelo seu retorno. “Eu senti muita saudade dela, ela tava muito longe da escola. Agora eu tô muito feliz, eu brinco bastante com ela”, disse a amiga.
A professora Valéria relatou que as crianças lembravam de Lívia sempre com muito carinho. “Os alunos nunca pararam de falar e de perguntar dela no tempo que passou longe, então quando ela voltou, já estava enturmada. No começo, eles até queriam cuidar dela, proteger”, falou a professora.
A diretora do CMEI, Prescila Marques da Silva, destacou que o internamento e o tratamento da Lívia comoveram toda a comunidade educativa, e que o vínculo com a instituição nunca foi perdido. “Mesmo na ausência, a Lívia estava envolvida, mandamos vídeos, caixas com presentes. Mas o movimento ia além dos portões da escola”, explicou.
