Stephen King já nos fez sentir medo em todos os formatos possíveis, mas A Vida de Chuck surpreende por não entregar terror e, sim, a poesia existencial. Na adaptação dirigida por Mike Flanagan, que estreia nos cinemas brasileiros em 4 de setembro, a vida de um homem comum é narrada de trás para frente, revelando como até os detalhes mais banais podem carregar o peso e a beleza do universo.
A história começa no apocalipse. É quando conhecemos Chuck Krantz (Tom Hiddleston), antes mesmo de vê-lo adulto. Só no último ato descobrimos sua infância, os avós (Mark Hamill em uma participação emocionante) e os pequenos momentos que moldam quem ele se torna. É um modo diferente de Stephen King falar de morte, com amor, arte e memória.
Flanagan, conhecido por outras adaptações como Jogo Perigoso e Doutor Sono, entrega aqui talvez sua obra mais delicada. A crítica tem elogiado o elenco: Hiddleston com doçura, Hamill com humor e profundidade, e até o jovem Benjamin Pajak, que dá vida ao Chuck criança. O filme venceu o People’s Choice Award no Festival de Toronto 2024 e hoje acumula cerca de 85% de aprovação no Rotten Tomatoes. Mas nem todos embarcam no mesmo ritmo: alguns críticos dizem que excesso de sentimentalismo e da narração didática de Nick Offerman, quebra a imersão em certos momentos.
Ainda assim, A Vida de Chuck emociona pela ousadia narrativa. Ao inverter os atos, obriga o espectador a pensar não só na inevitabilidade do fim, mas em como cada gesto cotidiano ganha sentido quando visto em perspectiva. É menos sobre morrer e mais sobre viver, dançar, rir, errar e amar. E é justamente aí que o filme mostra ao que veio.
🎬 Ficha técnica:
Título original: The Life of Chuck;
Lançamento no Brasil: 4 de setembro de 2025;
Direção e roteiro: Mike Flanagan;
Elenco principal: Tom Hiddleston, Mark Hamill, Chiwetel Ejiofor, Karen Gillan, Benjamin Pajak;
Gênero: Drama / Fantasia existencial;
Duração: 111 minutos.