A Prefeitura de Curitiba começou uma pesquisa para saber quantos animais de estimação (cães e gatos) vivem nas casas dos moradores da cidade. O Censo Animal está nas ruas desde o início desta semana e pretende ter os resultados contabilizados até o mês de agosto.
As informações vão tornar mais efetivas as políticas públicas de proteção animal da capital e possibilitar, ainda, conhecer a população geral de cães e gatos – domiciliados, semidomicilados e os sem tutor.
De acordo com o diretor de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria do Meio Ambiente, Edson Evaristo, trata-se de um aprimoramento das ações da cidade, que já foi reconhecida nacionalmente pelo trabalho na proteção animal. “É um trabalho inédito por aqui, e realizado, até hoje, em poucas cidades do Brasil”, explicou o diretor. “Além dos números, queremos entender o perfil de quem mantém os animais na cidade e fazer com que os nossos serviços cheguem a quem mais precisa”, completou.
A coordenadora da pesquisa pela empresa contratada, Camila Marinelli Martins, contou que a metodologia utilizada já foi aplicada em alguns municípios de São Paulo e na cidade de Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba.
“É importante entender como se dá a relação da população com os animais para que se possa melhorar essa convivência, em termos de promoção de saúde e qualidade de vida de todos”, avaliou Camila.
É com base nos dados que a Rede de Proteção Animal da Prefeitura vai poder programar com maior efetividade os mutirões do Programa Municipal de Castração Gratuita e as ações clínicas, que garantem a saúde dos animais. De 2017 até agora, foram mais de 90 mil cães e gatos castrados, além do trabalho de educação ambiental para guarda responsável e a identificação dos animais via microchip e cadastro no Sistema de Identificação Animal (SIA).
A pesquisa
A equipe responsável pelo censo já visitou cerca de 300 residências na etapa piloto da pesquisa, iniciada no final do ano passado. Com o início oficial, os agentes estão percorrendo bairros do norte da cidade, como Cachoeira e São Lourenço. Eles estão devidamente uniformizados e com um crachá que informa que estão a serviço da Prefeitura Municipal de Curitiba.
“As abordagens são casa a casa, por amostragem por setor censitário, baseado na metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As perguntas podem ser respondidas também por pessoas que não sejam tutoras de animais”, detalhou a coordenadora dos agentes de Campo, Yasmin Gonçalves da Rocha.
Esse foi o caso da dona de casa Maria de Fátima dos Santos, que vive em um terreno com mais integrantes da família. Há cães, mas ela apenas ajuda a cuidar. “É uma grande responsabilidade”, reconheceu, após responder aos questionamentos de Yasmin, que ajudam a entender, também, a relação das pessoas com a guarda responsável e o seu entendimento sobre os programas do município.
O contador Osvaldo João Krindges, tutor de dois cães, espera que as informações ajudem a conter o abandono de animais. “Aqui no bairro São Lourenço não vemos tanto, mas em outras áreas da cidade é muito triste”, disse.
Até o final das abordagens, a expectativa é de que 3 mil questionários sejam aplicados, em residências sorteadas conforme a metodologia.