Com ocorrência de dias chuvosos, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba orienta a população a ficar atenta aos sintomas da leptospirose em caso de contato com água das chuvas. A doença é transmitida por uma bactéria presente na urina de ratos e o risco de transmissão da doença aumenta quando há enchentes e alagamentos.
O adoecimento pode acontecer caso a pessoa tenha contato com água contaminada pela bactéria, que pode entrar no organismo humano pela pele, boca e pelos olhos.
A leptospirose é uma doença grave, com alto risco de contaminação e que pode causar danos renais e hepáticos e até levar a morte se não for tratada a tempo. É considerada uma doença de alta letalidade. Em Curitiba, nos últimos anos, em média 9% dos casos evoluíram para óbitos.
“Temos tido chuvas intensas em Curitiba, pedimos que a população evite contato com águas de enchentes. Caso necessário, o faça com a proteção de luvas, botas ou sacos plásticos sobre os calçados”, orienta o diretor do Centro de Epidemiologia da SMS, Alcides Oliveira.
A contaminação também pode ocorrer ao nadar em rios e cavas contaminadas, entrar em contato com valetas, córregos e até mesmo lamas de enchentes.
Sinais de alerta
Os primeiros sinais da doença podem ser confundidos com uma gripe. É comum a pessoa infectada ter febre, dor de cabeça e dores musculares. Com o avanço da doença, a leptospirose pode causar a icterícia (pele amarelada).
Ao identificar esses sintomas, após contato com água de chuva, a orientação é buscar atendimento em um serviço de saúde o mais rápido possível. Quanto antes for feito o diagnóstico correto da doença, maiores são as chances de recuperação.
“Durante o atendimento é muito importante informar ao profissional a possibilidade de contato com água contaminada, assim poderão ser solicitados os exames para o diagnóstico correto”, explica Oliveira.
Diagnóstico e tratamento
Para o diagnóstico, o profissional irá avaliar os sintomas e a possível ocorrência de contato com água contaminada e então poderá solicitar um exame de sangue.
Os casos leves podem ser tratados em casa, com uso dos medicamentos adequados prescritos pelo médico. Já nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata, para evitar complicações. O tratamento é indicado em qualquer fase da doença, mas quanto antes, maiores as chances de recuperação completa.
Veja como se prevenir da contaminação da leptospirose
- Ao circular por áreas que foram atingidas pelas chuvas e na limpeza das residências use luvas e calçados bem fechados e impermeáveis, preferencialmente botas longas e de borracha (pode-se até improvisar, cobrindo pés e pernas com sacos plásticos);
- Inutilize todos os alimentos que tiveram contato com a água das chuvas;
- Não leve a mão molhada à boca ou aos olhos, evitando que a bactéria penetre por lesões existentes na pele ou nas mucosas;
- Lave bem os alimentos, especialmente frutas e verduras que serão consumidas cruas;
- Mantenha as caixas d’água sempre tampadas;
- Mantenha os alimentos guardados em recipientes bem fechados e à prova de roedores (em latas de vidro, alumínio);
- Retire as sobras de comida ou ração de animais domésticos antes do anoitecer e mantenha limpas as vasilhas;
- Não consuma frutas, verduras e legumes estragados ou com qualquer alteração de cor e aqueles que entraram em contato com a água de enchente; nem alimentos com cheiro, cor ou aspecto fora do normal (úmido, mofado, murcho);
- Não use, para atividades domésticas, água que teve contato com a água de enchentes;
- Após as águas baixarem, a limpeza da lama residual das enchentes deve ser feita com o preparo de uma solução de água sanitária (hipoclorito de sódio) e água. Use 250 ml (1 copo) de água sanitária para 25 litros de água;
- Procure atendimento médico caso apareçam sintomas nos 30 dias seguintes ao contato. Informe ao médico caso tenha tido contato com água e lama provenientes de enchentes.