Até esta quinta-feira (31/10), Curitiba registrou 199 casos confirmados de sarampo no município neste ano – 26 deles são novos.
Do total de casos confirmados, 27 são importados (a maior parte, a provável fonte de infecção foi São Paulo), e em 172 a transmissão foi secundária (quando uma pessoa transmite o vírus para outra que não viajou) ou são casos em que não foi possível determinar a pessoa responsável pela transmissão ou o local onde ocorreu o contágio.
A faixa etária em que há maior número de registros confirmados é entre 20 e 29 anos, o que corresponde a 61% do total. A idade mediana é de 23 anos.
Em apenas 11 casos foi necessária a internação hospitalar – todos já tiveram alta. De acordo com a médica infectologista da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, Marion Burger, a maior parte dos pacientes evolui bem e não necessita de internamento. “As complicações acontecem em casos raros”, diz.
Além dos casos confirmados, a SMS investiga, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), outros 231 casos suspeitos da doença no município – grande parte só pode ser confirmada após a realização de exame de sangue, coletado sete dias após o surgimento das manchas vermelhas na pele.
Vacinação
A vacinação de rotina continua nas 110 unidades de saúde de Curitiba, de segunda a sexta-feira.
Neste ano, até 28 de outubro, foram aplicadas em Curitiba 179.583 doses de vacina contra o sarampo – quase o dobro que em todo ano de 2018 e quase o triplo das doses aplicadas em 2017.
De acordo com o calendário nacional de vacinação atual, crianças, adolescentes e adultos de até 29 anos devem ter duas doses da vacina contra o sarampo, feitas após um ano de idade. Adultos de 30 a 49 anos devem ter pelo menos uma dose, feita após um ano de idade.
Desde o dia 22 de agosto, o Ministério da Saúde também recomendou uma dose extra para bebês entre 6 a 11 meses. Essa dose promove imunidade temporária, sendo necessário, após um ano, realizar as vacinas previstas no calendário de rotina da criança.
Em Curitiba, a cobertura da vacina contra sarampo em crianças de 1 ano de idade é de 101,7% hoje. E, nos dez anos anteriores, essa cobertura ficou entre 93% e 100,4%
O alerta de vacinação, porém, é reforçado para os bebês entre 6 a 11 meses e jovens e adultos, entre 20 e 29 anos. “Para os bebês desta faixa etária é importante, pois é uma recomendação nova do Ministério da Saúde”, diz Marion. “E para os jovens adultos é importante verificar a situação vacinal, porque eles estão na faixa etária mais atingida. Além disso, o calendário nacional de vacinação sofreu mudanças ao longo da história e, por isso, é necessário observar se o número de doses recebidas pela pessoa ao longo da vida está de acordo com o que é preconizado hoje em dia pelo Ministério da Saúde”, explica.
Contraindicações
A vacina é contraindicada para menores de 6 meses, gestantes, pacientes imunodeprimidos ou com histórico de reação alérgica grave, após dose prévia ou após contato com as substâncias que compõem a vacina. Recomenda-se também um intervalo de 30 dias após a vacina para as mulheres que desejam engravidar.