A clonagem de veículos no Brasil deixou de ser um crime rudimentar para se tornar uma operação altamente sofisticada. Em vez de simplesmente trocar placas, criminosos agora conseguem transferir a propriedade de um carro de forma totalmente digital, sem necessidade de vistoria ou contato físico com o veículo.
O golpe, que se aproveita de falhas em sistemas públicos e vazamentos de dados, já atingiu motoristas comuns, empresas de locação e até montadoras. Segundo especialistas, o segredo da fraude está no acesso ilegal a bancos de dados de órgãos como os Detrans e o Contran, fazendo com que muitos veículos zero km sejam clonados antes mesmo de serem entregues aos compradores.
Uma apuração interna realizada pela montadora Toyota descobriu a existência de clones de uma frota de 564 caminhonetes Hilux, que sequer tinham sido emplacadas. Parte foi destinada para o Exército Brasileiro, e o restante foi encaminhado para concessionárias, empresas e prefeituras de todo o país.
A partir dessas informações, as quadrilhas conseguem os dados completos de um veículo, como o chassi, nome do proprietário e histórico, e fazem a transferência digital do carro para terceiros, tudo sem apresentar o veículo.
As transferências são realizadas com base em brechas nos sistemas digitais do governo e, também, com apoio de intermediários que atuam na chamada “dark web”.
A intenção dos golpistas seriam, por exemplo, usar os veículos para lavar dinheiro por meio de empresas de fachada, e, também, de golpistas individuais que utilizam os carros como garantia para obter empréstimos fraudulentos.
Para verificar se um veículo foi clonado, o ideal é consultar o site do Detran, usando a placa, Renavam ou o número do chassi. Se houver indícios de fraude, o dono deve registrar um boletim de ocorrência e acionar a justiça para reverter a transferência, preferencialmente assessorado por um advogado. Fonte: Portal Vrum.
Conteúdo elaborado por Walber Pydd, advogado especialista em trânsito da CWB Multas, saiba mais clicando aqui.