O Governo do Paraná emitiu um alerta sobre sementes misteriosas enviadas com encomendas da China.
O Ministério da Agricultura já registrou diversas denúncias de pessoas que estão recebendo sementes não identificadas e não encomendadas, junto com produtos vindo da China. Nas embalagens existem etiquetas constando que os produtos vieram da China, porém a China nega o envio.
O primeiro pacote misterioso chegou no Rio Grande do Sul na primeira semana de setembro. Depois ainda foram registrados casos em Santa Catarina, Goiás e Mato Grosso. Depois foram registradas ocorrências nos Estados Unidos e no Canadá.
Até o momento não foi possível apurar os riscos envolvidos nestes materiais já que estão em análise.
O governo do Paraná emitiu o seguinte alerta
Pacotes de sementes como “brindes” de produtos comprados pela internet, ou até sem a solicitação de qualquer encomenda, podem trazer pragas, doenças e plantas daninhas que não existem no País, capazes de causar graves prejuízos à agricultura e ao meio ambiente.
O alerta é da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) após relatos em alguns estados brasileiros, inclusive no Paraná.
A instituição de defesa agropecuária orienta que o material não seja aberto, descartado e, muito menos, utilizado. Quem receber os pacotes deve procurar uma unidade da Adapar mais próxima, ou do Ministério da Agricultura.
Também pode entrar em contato com a Adapar pelo telefone (41) 3313-4000 ou pelo Fale Conosco, disponível em www.adapar.pr.gov.br.
Endereços e telefones das unidades podem ser consultados utilizando-se este link: http://www.adapar.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=375.
Até quinta-feira (17), os fiscais da Adapar recolheram três pacotes de sementes, que serão encaminhados ao Ministério. Dois vieram da região de Curitiba, e um da região de Paranavaí.
Nos três casos, as pessoas relataram que a origem do pacote é chinesa, e não se sabe a razão do envio. Uma delas, segundo a Adapar, havia realizado uma compra pela internet no ano passado, e agora recebeu apenas as sementes, da mesma origem.
O coordenador do Programa de Certificação, Rastreabilidade e Epidemiologia Vegetal da Adapar, Juliano Farinacio Galhardo, reforça o alerta para que as sementes não sejam plantadas, mesmo que pareçam estar sadias. “Muitas das pragas e doenças que elas podem conter são invisíveis a olho nu, e somente podem ser detectadas por meio de análises laboratoriais”, afirmou. “Por isso, a importância de serem entregues à Adapar ou ao Ministério, para providenciar as análises e o descarte adequado, a fim de evitar a introdução de novas pragas no Estado”.
Os exames laboratoriais para identificar as espécies e eventuais patógenos presentes no material serão feitos pelo Ministério da Agricultura.
ORIENTAÇÃO – De acordo com Renato Rezende Young Blood, gerente de Sanidade Vegetal da Adapar, a introdução de novas pragas em áreas onde elas não ocorrem acarreta aumento nos custos de produção, maior contaminação ambiental, devido a eventual necessidade de controle com agrotóxicos, e pode trazer ainda restrições ao comércio dos produtos vegetais. “Isso gera impacto direto nas cadeias de produção vegetal e, consequentemente, na economia do Estado”, afirmou.