O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), em função da pandemia de Covid-19, passou a adotar um sistema online de agendamento para doação de sangue em duas unidades: Curitiba e Cascavel. Desde sexta-feira (20), doadores dessas cidades podem entrar no Paraná Inteligência Artificial (PIÁ), sistema de serviços públicos do Estado, para marcar horário.
A medida tem objetivo de evitar aglomerações e filas, e está no bojo das orientações da Secretaria da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Com isso, as pessoas podem continuar a doar sangue e manter os estoques para atendimento aos hospitais.
A solução foi construída na semana passada pela Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar) em meio ao aumento do número de casos do novo coronavírus e de novas recomendações para isolamento social. Para acessar, basta clicar neste link.
Apenas em Curitiba foram 100 agendamentos entre sexta-feira (20) e domingo (22). “O sistema funcionou muito bem ao longo do final de semana”, afirma Liana Andrade Labres de Souza, diretora da rede Hemepar. “Ele é rápido, fácil e é uma alternativa diante da crise. Na sexta-feira, foram 24 agendamentos e apenas quatro faltas. No sábado, 38 agendamentos, com quatro pessoas que não compareceram. O sistema online gerou boa adesão já neste primeiro final de semana”.
O objetivo é ampliar o agendamento online para as demais 20 unidades espalhadas no Interior. “Já disponibilizados essa alternativa para a Secretaria de Saúde e esperamos que a adesão aumente nos próximos dias. É uma medida importante porque nos ajuda a manter os estoques mesmo diante dessa crise de saúde pública”, complementou Liana. “É uma ação para reforçar as doações e os cuidados necessários diante da pandemia”.
Como é um serviço essencial para a sociedade, a rede Hemepar segue funcionando normalmente de segunda a sábado (das 7h30 às 18h). Caso os doadores não agendem horário, as unidades orientam contato telefônico prévio para informações sobre o movimento.
DOAÇÕES – Além da nova alternativa de organização logística, a rede Hemepar passou a impedir doações de pessoas acima de 60 anos ou daquelas que apresentam algum sintoma ligado ao novo coronavírus ou a gripe comum. A recomendação para esses grupos é de isolamento domiciliar, conforme orientação do Ministério da Saúde. Até então, as unidades recebiam doações de pessoas entre 16 e 69 anos.
REDE – A rede é responsável pela coleta, armazenamento, processamento e distribuição de sangue para 385 hospitais públicos, privados e filantrópicos do Paraná. As unidades estão localizadas no Interior e na Capital. O Hemepar de Curitiba é a unidade central, e conta com apoio de quatro hemocentros regionais (Guarapuava, Cascavel, Maringá e Londrina), oito hemonúcleos (Ponta Grossa, Pato Branco, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Campo Mourão, Umuarama, Paranavaí e Apucarana) e nove unidades de coleta e transfusão (Paranaguá, Irati, União da Vitória, Cianorte, Cornélio Procópio, Jacarezinho, Toledo, Telêmaco Borba e Ivaiporã).
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Pedido é para a continuidade das doações
A pandemia do novo coronavírus atingiu o volume de doações de sangue na última semana, de acordo com levantamento da rede Hemepar. Os estoques estão baixos. A média em uma quinta-feira é de 677 coletas em todo o Estado, índice que caiu para 547 nesse dia da semana passada. No sábado, na rede, a média caiu de 282 para 221, e em Curitiba de 167 para 140.
O estoque do banco de sangue do Paraná costuma durar, em média, de 5 a 10 dias. Essa é uma quantidade considerada “ideal”. Atualmente, em decorrência da redução das doações, o estoque caiu para 2 a 3 dias. Em resumo, isso quer dizer que se ninguém doar na segunda-feira, na quinta-feira não haverá mais estoque. A principal carência é em relação às plaquetas: são 57 bolsas armazenadas, mas o ideal gira em torno de 90.
“Todas as pessoas saudáveis e que estão fora do grupo de risco podem doar normalmente, dentro dessa nova organização. O volume coletado na doação de sangue não deixa o corpo mais suscetível a doenças. Sempre alguém necessitará de uma cirurgia de urgência e, nesses casos, ter estoque de sangue é essencial. É mais uma medida de solidariedade nesse novo contexto da sociedade. Precisamos estar preparados”, destaca Liana Andrade Labres de Souza, diretora da rede Hemepar.