A Urbanização de Curitiba (Urbs) desabilitou 230 cartões de transporte de usuários com diagnóstico positivo de covid-19 desde o início do cruzamento de informações sobre infectados com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), na sexta-feira (26/3), até a segunda-feira (29/3). O número representa 0,03% do total de 674 mil passageiros que usaram o transporte coletivo nesse período.
Para o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, a medida, além de evitar que as pessoas com covid-19 saiam de casa, ajuda a monitorar o risco de contaminação no transporte coletivo da capital.
“A boa notícia é que 230 usuários com covid-19 é um número muito baixo frente ao total de passageiros. Mesmo se consideramos apenas o universo de cartões, usado por 60% dos passageiros, o número de diagnosticados com covid-19 representa 0,05%”, diz o presidente da Urbs. “Isso mostra que o risco de contaminação no transporte coletivo está baixo”, acrescenta.
Dos 230 usuários diagnosticados com covid-19, apenas 32 tentaram furar o isolamento e passar o cartão na catraca. Quem está na lista restritiva de cartões desabilitados e tenta passar na catraca “queima” o cartão ao encostá-lo no validador.
Nesse caso, essas pessoas precisarão, passados os setes dias de isolamento, desbloquear o cartão pessoalmente na Urbs, após agendamento pelo site urbs.curitiba.pr.gov.br.
“Para quem cumpriu a quarentena em casa não há necessidade de preocupação porque, após os sete dias, o cartão é desbloqueado automaticamente”, explica o presidente da Urbs.
Fique em casa
A nova regra, que passou a valer na última sexta-feira (26/3), é uma tentativa da Urbs e da Secretaria Municipal da Saúde para evitar que pessoas com covid-19 rompam o isolamento. Quem tem suspeita de diagnóstico de covid-19 e é atendido na rede pública ou privada de saúde assina um Comunicado de Isolamento Domiciliar, comprometendo-se a permanecer em casa por dez dias.
A partir do resultado positivo do teste PCR, que é realizado em torno do terceiro dia de início dos sintomas, o cartão do transporte é desabilitado por sete dias. A medida vale para todos os tipos de cartões.
“Esta medida se soma às demais ações do poder público municipal para frear a transmissão do vírus. É importante que cada um faça a sua parte para conter as cadeias de transmissão”, afirma a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak.
Levantamento
O bloqueio está sendo possível graças ao cruzamento dos dados do CPF dos diagnosticados com os CPFs dos usuários de cartões-transporte na capital. Foram cruzados dados de 4.720 pessoas diagnosticadas na capital. Desses, 2820 possuíam cartão de transporte, mas apenas 230 com cartão ativo e uso frequente.
Segundo a Urbs, os cartões representam mais de 60% do meio de pagamento no transporte coletivo. Atualmente são 1,8 milhão de cartões-transporte usuário, 170,3 mil cartões do idoso, 15,5 mil isentos e 772 de estudantes ativos na capital.