Durante uma operação realizada nesta segunda-feira (29), a Polícia Civil efetuou a prisão de 31 indivíduos envolvidos em uma organização criminosa responsável por aplicar o golpe dos nudes em 12 estados brasileiros. As detenções ocorreram em 11 cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 30 mandados de prisão temporária, 33 mandados de busca e apreensão, além de 25 bloqueios de contas bancárias.
Desde o início das investigações, que duraram quase um ano, cerca de 140 pessoas foram presas apenas no Rio Grande do Sul. Os suspeitos atraíam empresários, médicos e até mesmo políticos. A investigação revelou a identificação de 80 vítimas do golpe em todo o país, sendo que uma delas teria perdido mais de R$ 100 mil. O prejuízo total estimado chega a R$ 5 milhões.
Pessoas que foram alvo do golpe foram identificadas nos seguintes estados: Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. O crime consistia na extorsão de usuários de redes sociais, geralmente homens mais velhos, após o envio de fotos íntimas, muitas vezes por jovens mulheres. Após a troca de mensagens, um suposto parente ou autoridade policial entrava em contato informando que a jovem era menor de idade. Os golpistas, então, tentavam extorquir dinheiro das vítimas para evitar a exposição.
Os criminosos chegaram a montar cenários falsos para simular delegacias e filmar a encenação do momento em que o registro da ocorrência por pedofilia seria feito contra as vítimas de estelionato. Delegacias fictícias da Polícia Civil foram descobertas em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Além disso, a Polícia Civil descobriu que uma adolescente de 17 anos foi recrutada pela organização criminosa. Ela se fotografava e recebia entre R$ 100 e R$ 200 por “pacote de imagens”, que eram utilizadas no esquema (conversas obtidas pela polícia entre os estelionatários e uma vítima do golpe foram encontradas). Há suspeita de que outras adolescentes tenham sido recrutadas, bem como jovens de 18 ou 19 anos que se passavam por menores de idade.
A organização criminosa é acusada dos crimes de extorsão, corrupção de menores, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e porte ilegal de arma de fogo.