Policiais civis do Paraná entraram em paralisação por 48 horas em protesto contra o plano de reestruturação de carreiras proposto pelo governador Ratinho Jr. (PSD). Até as 9h desta sexta-feira (30), a maioria das delegacias do estado atendia apenas casos de urgência e emergência devido à adesão maciça à paralisação. Segundo o Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol), a adesão chega a 80% em todo o estado.
O plano de reestruturação apresentado pelo governo contempla mudanças nas carreiras da Polícia Civil, Polícia Científica e Polícia Militar. Na Polícia Civil, a proposta é unir as carreiras de escrivães e investigadores, criando a carreira de agente de Polícia Judiciária. O governo argumenta que essa unificação vai melhorar o atendimento à população e prevê promoções por qualificação em vez de progressões na carreira.
No entanto, as entidades da classe criticam a proposta. O Sinclapol e a Associação dos Investigadores de Polícia Civil do Paraná (Assipol) afirmam que há uma diferença salarial significativa entre delegados e demais servidores, chegando a mais de R$ 10 mil. A Assipol divulgou um manifesto em que critica o projeto e ressalta a falta de diálogo com os trabalhadores.
Além da paralisação, os policiais civis realizaram uma caminhada até a sede administrativa da Polícia Civil em Curitiba. Ônibus com trabalhadores do interior vieram para a capital para apoiar o movimento. A votação do projeto na Assembleia Legislativa do Paraná foi adiada após articulação com os deputados e deve retornar à pauta na segunda-feira (3) com emendas propostas pelos policiais.
Representantes da categoria se reuniram com parlamentares para expor os pontos críticos do projeto. A expectativa é que o texto seja aprovado conforme a vontade do governador, que possui ampla maioria na Alep. No entanto, o Sinclapol afirma que não descarta a possibilidade de greve caso o projeto seja aprovado sem alterações.