O aumento de casos de dengue em todo o país, inclusive com diversos estados e municípios decretando situação de emergência em saúde em função da doença, demanda atenção aos sinais e sintomas, o que é preciso fazer e quais são as ações não recomendadas se houver suspeita de dengue.
“A dengue é uma doença séria, que pode evoluir para a forma grave. É preciso estar atento aos sintomas e aos sinais de alarme para evitar o agravamento e mortes pela doença”, alerta a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella.
Uma das medidas mais simples e essenciais é evitar a automedicação. Sintomas como dor de cabeça, febre e dor pelo corpo podem indicar muitos problemas de saúde. No caso da dengue, medicamentos à base de ácido acetilsalicílico, o AAS, ou outros anti-inflamatórios, como ibuprofeno, diclofenaco, nimesulida, entre outros, são proibidos. Esses medicamentos podem agravar o quadro e inclusive podem ser determinantes na necessidade de internação e até levar ao óbito por dengue.
Aos primeiros sintomas, é importante buscar atendimento de saúde para fazer o diagnóstico diferencial. “Se você esteve em região com confirmação de casos de dengue, informe ao profissional de saúde. Esse pode ser um diferencial para o diagnóstico correto e para o acompanhamento do caso”, explica o diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, Alcides de Oliveira.
Se os sintomas forem leves, a pessoa pode ligar para a Central Saúde Já – 3350-9000 para ter a orientação adequada para seu caso. Se for necessário, será indicado o atendimento presencial em Unidade de Saúde ou UPA.
A hidratação intensa é o principal tratamento para a dengue, mas é preciso atenção para o agravamento do quadro. “No quinto dia de sintomas, se houver algum sinal de alarme, como náuseas ou vômito, além da febre persistente e dor intensa de cabeça, é preciso buscar um serviço de saúde”, orienta o médico da SMS.
Sinais de alarme
A SMS orienta atenção plena a situações que indicam agravamento da dengue. Nas situações elencadas a seguir, o paciente deve procurar uma das nove UPAs de Curitiba:
- Dor muito forte e contínua na barriga
- Vômitos frequentes ou com sangue
- Diminuição repentina da febre
- Pressão arterial baixa
- Tontura quando muda de posição (deita/senta/levanta)
- Pulso fraco e/ou extremidades frias
- Suor frio
- Sensação de desmaio
- Agitação e/ou irritabilidade
- Sonolência e/ou confusão mental
- Dificuldade para respirar
- Sangramento no nariz, gengiva, nas fezes (melena), na urina e/ou aumento do fluxo menstrual
- Diminuição do volume da urina
- Pontos ou manchas vermelhas ou manchas roxas espontâneas na pele
O Painel da Dengue da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, atualizado na quarta-feira (27/3), mostra que a capital paranaense registrou 384 novos casos de dengue. Destes, 52 são referentes a notificações da última semana. O restante refere-se a casos anteriores que ainda estavam em investigação.
No total, Curitiba contabiliza 1.552 casos de dengue em 2024 (até o dia 22/3), sendo 1.030 importados (contaminação aconteceu fora do município) e 522 autóctones (transmissão local).
Orientações
Em casos de suspeita de dengue, fique atento a essas orientações:
- Não tomar AAS ou outros anti-inflamatórios (ibuprofeno, diclofenaco, nimesulida, etc.) pois são medicamentos contraindicados
- O aleitamento materno deve ser mantido
- A alimentação deve ser ofertada conforme aceitação
- Usar repelente e mosquiteiro durante os primeiros 7 dias de doença, para não transmitir o vírus
- Fazer repouso, evitando atividade física durante o período agudo da doença
- Retornar à Unidade de Saúde no primeiro dia SEM febre (possível início da fase crítica da dengue). Se a febre persistir, retornar no quinto dia da doença (contados a partir do dia de início dos sintomas)
- Outras dúvidas, telefonar para a Central Saúde Já 3350-9000
- Manter o domicílio livre de recipientes que possam acumular água e se tornarem criadouros de mosquito