Durante a sessão desta quarta-feira (6) da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), a vereadora Professora Angela (PSOL) prestou esclarecimentos sobre a audiência pública que debateu sobre o tema “Sistema de Segurança Pública, Saúde e Políticas de Drogas para a Cidade de Curitiba”, promovida pela parlamentar na última terça-feira (5), na qual foi distribuído material orientativo sobre a estratégia de redução de danos para usuários de drogas. “Foi um encontro riquíssimo que contou com especialistas, ativistas e movimentos sociais da cidade que discutem os problemas gerados pelo proibicionismo”, explicou.
A parlamentar disse falar com “bastante tranquilidade”, por ter “plena certeza” de que nada do que ocorreu na audiência pode ter ferido o decoro parlamentar e recordou que a realização do debate foi aprovada no plenário da Câmara Municipal “exatamente com esse nome”. O objetivo do encontro foi promover um debate amplo e aberto, prosseguiu Professora Angela, que relatou também ter convidado o comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Paraná, o superintendente da Guarda Municipal de Curitiba, o presidente da Fundação de Ação Social, e o secretário de Estado de Segurança Pública.
“É importante salientar que eu sou uma defensora de uma nova política de drogas, que não acredito que seja apenas um assunto de polícia, mas sim de saúde, direito, liberdade e autonomia. Fui eleita com essa pauta e muito me orgulha representar a luta antiproibicionista na Câmara de Vereadores”, argumentou.
Interrupção do debate
Conforme Professora Angela, logo no início da discussão da audiência pública, os participantes foram surpreendidos com uma “tentativa de implosão do debate por parte de um vereador desta Casa, que, de forma desrespeitosa, invadiu o espaço com seus assessores, com câmeras na mão, falando alto e interrompendo a fala da Kixirrá Jamamadi, uma mulher indígena que compunha a mesa. Tudo isso está gravado e pode ser verificado nas imagens do YouTube da Câmara e no Instagram do próprio vereador”.
A parlamentar do PSOL afirmou que todos os vereadores e vereadoras poderão sempre participar de qualquer audiência pública que ela propuser. “Esses são espaços democráticos em que o contraponto e as divergências são bem-vindas. E, portanto, foi exatamente por esse motivo que eu convidei o vereador a se somar à mesa e a discutir conosco. Infelizmente, ele preferiu ter outra postura — uma postura imatura, claro, com o intuito de fazer um corte para as redes. Ao invés de confrontar ideias, preferiu ir lacrar e distorcer com mentiras o nosso debate nas redes sociais. Uma postura lamentável”.
Segundo Professora Angela, o vereador selecionou apenas um trecho do material orientativo sobre redução de danos e postou o conteúdo nas redes sociais. Ela criticou o colega por também deixar o impresso nas bancadas dos vereadores na sessão de hoje. “É um tanto desonesto. Não aceitarei esse tipo de postura”, asseverou.
Sobre o folder orientativo, a vereadora explicou que o material foi confeccionado por seu mandato, que “divulga e introduz brevemente a estratégia do uso de redução de danos com foco em quem já faz o uso das substâncias”. “Não é, em hipótese alguma, um incentivo para ninguém iniciar um uso. Se qualquer pessoa ler corretamente o material, vai ver que ele é um material de redução de danos para quem já é usuário”, reforçou.
A parlamentar defende que a estratégia de redução de danos é uma política pública de saúde eficiente, “adotada em diversos países, respaldada por psicólogos, médicos e pelo conjunto da comunidade científica, a fim de diminuir os danos gerados por substâncias e práticas que podem fazer mal à saúde”.
Por fim, Professora Angela declarou que não tolerará “mentiras nem manipulações para causar desinformação” acerca dos materiais que produz. “Por uma nova política de drogas e pelo fim da guerra aos pobres, seguiremos lutando. Nossa vitória não será por acidente”, finalizou.
Via CÂMARA MUNICIPAL DE CURITIBA