Sancionada em 2006, a Lei Maria da Penha foi uma conquista histórica do movimento de mulheres ao garantir uma série de medidas de combate à violência doméstica e familiar. Os números anuais já assustam bastante, mas os relatos de violência contra a mulher cresceram ainda mais desde a chegada da pandemia do novo coronavírus ao Brasil.
Em Curitiba, por exemplo, a Guarda Municipal registrou 108 ocorrências de violação de medida protetiva contra a mulher em 45 dias, um aumento de 30% nas ocorrências quando comparado com o mesmo período do ano passado.
E não para por aí. Levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FSBP) mostra que os relatos de terceiros sobre brigas de casais aumentaram inacreditáveis 431% na internet desde o início do isolamento social ( isso representa quase 5 vezes o acréscimo ). No total, foram analisadas 52.315 menções no Twitter, das quais 5.583 indicavam a ocorrência de violência doméstica contra mulheres. Aqui é possível perceber outra forma de preocupação das autoridades nesse período, que é a da dificuldade em fazer denúncias durante o isolamento.
Todos sabemos a importância que deve ser dada o tema, isso é debatido desde os maiores fóruns e órgãos mundiais até aos conselhos de bairro, principalmente no momento desta epidemia, em que as mulheres estão trancafiadas com seus agressores, sem a disposição do poder de clamar por socorro e ter atendida suas prerrogativas de direito, pois apesar de aumentar exponencialmente as denúncias por redes sociais, o numero de medidas protetivas cai drasticamente na “quarentena”, haja vista a dificuldade destas mulheres se deslocar, o recesso físico de atendimento do poder judiciário, Ministério Público bem como das delegacias de bairro para denunciar as respectivas violências.
Como bem destaca a desembargadora Priscilla Placha Sá, da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Paraná, lembra que a residência é o lugar mais perigoso para a vítima quando falamos de violência contra a mulher, o que torna esse desafio ainda maior. “Esse tema está sendo repercutido e essa condição infelizmente replicada em todo país e muito provavelmente no mundo”, portanto temos de denunciar os abusos à DELEGACIA DA MULHER, podendo ser pelo telefone (41) 321986 ou pessoalmente na Avenida Paraná, 870, Cabral, Curitiba-PR.