Quem passava pelo viaduto do Capanema, até 2018, se deparava com um triste cenário: pessoas em situação de risco e usuários de drogas vivendo de forma insalubre nos dois extremos da enorme estrutura. Com a reinauguração do Restaurante Popular, há três anos, parte do local já passou por uma grande revitalização. Agora, o outro lado do viaduto ganhará uma nova função social por determinação do prefeito Rafael Greca.
Até o fim de 2021 será inaugurado, na parte do viaduto junto à Avenida Doutor Dário Lopes dos Santos, um novo complexo de segurança alimentar do município com Armazém da Família e o Espaço Social do Capanema. Serão 661,6 metros quadrados de área total, com serviços que irão garantir aos curitibanos em extrema vulnerabilidade social mais comida saudável, de qualidade e acessível.
“O Complexo de Segurança Alimentar do Capanema estará alinhado a diversos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da ONU, como fome zero, saúde e bem-estar, redução do desperdício de alimentos e redução das desigualdades”, afirma Luiz Gusi, secretário municipal de Segurança Alimentar e Nutricional.
Segundo ele, assim como ocorreu com o trecho onde está o Restaurante Popular, o viaduto do Capanema vai ganhar mais uma obra que transforma um vazio urbano num equipamento a serviço da população que mais precisa.
Mesa Solidária
O futuro complexo do Capanema irá receber o 35º Armazém da Família, que comercializa gêneros alimentícios e itens de higiene e limpeza 30% mais baratos que no varejo. O programa municipal beneficia hoje 260 mil famílias cadastradas com renda familiar de até cinco salários mínimos. São cerca de 1 milhão de curitibanos com acesso a cerca de 350 itens mais baratos.
O espaço ainda contará com o inédito Espaço Social Capanema, que reunirá cozinha e salão de refeições com 80 lugares para pessoas em situação de risco atendidas pelo Mesa Solidária. Lançado no fim de 2019, o programa da Prefeitura e parceiros cresceu durante a pandemia e é a resposta do município ao grande desafio de garantir alimentação de qualidade em lugares dignos a pessoas em situação de rua e também para quem perdeu renda por conta da pandemia.
A previsão é que o Espaço Social do complexo do Capanema receba, diariamente, cerca de 500 pessoas, que terão acesso a café da manhã, almoço e jantar. “Será mais um local do Mesa Solidária que permite, através da segurança alimentar, o sagrado ato de sentar à mesa para comer e a possibilidade de lavar as mãos, sendo algo acessível para as pessoas em vulnerabilidade social”, reforça Gusi.
Em um ano de atividade, o Mesa Solidária já disponibilizou 238,1 mil refeições gratuitas para pessoas em situação de risco social na capital. O atendimento é feito hoje, no contraturno, nos restaurantes populares do Capanema (das 19h às 21h) e da Rui Barbosa (das 16h às 18h), e no Centro POP Plínio Tourinho, no Jardim Botânico (café da manhã, almoço e jantar).
Com a abertura do Espaço Social Capanema, o atendimento do Mesa Solidária deixará de ser feito no Restaurante Popular do viaduto.
Licitação
O projeto inicial do complexo do Capanema foi conduzido pelo arquiteto Paulo França, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), que idealizou um espaço amplo, que valoriza a estrutura existente e privilegia a luz natural. O local ainda contará com banheiros para cada um dos serviços, doca para desembarque de produtos, depósito, área administrativa e um estacionamento com dez vagas.
De acordo com Luiz Gusi, serão investidos no Complexo de Segurança Alimentar do Capanema cerca de R$ 2 milhões, recursos que já estão garantidos pela Prefeitura. A licitação para o início da obra está em andamento, sob a coordenação da Secretaria Municipal de Obras Públicas.