Os casos de agressores que transgridem medidas protetivas e voltam a se aproximar das vítimas de violência dobraram em 2020, na comparação com 2019. A Guarda Municipal atendeu 1.260 ocorrências de violação de medidas protetivas no ano passado. Em 2019, foram 655.
Em 2021, já são outros 284 casos: 117 em janeiro, 112 em fevereiro e 55 na primeira quinzena de março. O número de agressores que descumpriram as medidas protetivas e foram conduzidos à delegacia por guardas municipais já alcança o total de 108, desde o início do ano. No mesmo período, a Patrulha Maria da Penha (PMP) fez 2.850 visitas a mulheres vítimas de violência.
De janeiro a dezembro de 2020, foram mais 393 encaminhamentos de agressores à delegacia e 5.627 visitas dos guardas da Patrulha. Os dados foram apresentados pelo secretário de Defesa Social e Trânsito, Péricles de Matos, nesta terça-feira (23/3), em webinário promovido pela Assessoria de Direitos Humanos – Políticas para as Mulheres e o Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres.
“A pandemia provocada pela covid-19 expõe problemas crônicos da nossa sociedade, de uma cultura social arraigada. Precisamos ser agentes transformadores dessa cultura”, defendeu ele.
O secretário destacou ainda a percepção e a busca por um mundo de equilíbrio, justiça social, respeito e trato igualitário como fundamental para a construção de uma segurança pública de futuro.
“O respeito à mulher, o engajamento, a mudança da forma de pensar, a mudança de paradigmas que nós herdamos daqueles que vieram antes de nós são necessários para observar e modificar um mundo futuro.”
Integração com a RMC
Outro tema tratado pelos participantes do webinário foi o atendimento a mulheres vítimas de violência residentes de cidades vizinhas. E, para isso, o secretário ressaltou a proposta de integração metropolitana para ações de segurança pública e Defesa Civil prevista no plano de governo do prefeito Rafael Greca até o ano de 2024 (dentro do programa Curitiba que não Dorme).
“Não entendemos Curitiba de forma isolada. A dinâmica e a mobilidade social das famílias para trabalho e estudo faz com que sejamos um todo e que precisemos pensar numa concepção holística para as soluções”, ponderou Matos.
A potencialização deste serviço virá por meio do Consórcio Intermunicipal das Guardas Municipais (Coin). “É um meio para difusão da nossa experiência administrativa e operacional e das nossas boas práticas de modo a gerar um efeito sinérgico, com treinamentos e transferência de tecnologia. É compartilhar inteligência estratégica para que nossas ações sejam embasadas dentro de uma consciência situacional”, pontuou o secretário.