A Polícia Civil do Paraná (PCPR) esclareceu 61% dos homicídios registrados em Curitiba no ano de 2019. Essa taxa é similar a dos Estados Unidos que apresentam solução de 62%, segundo dados do Federal Bureau of Investigation (FBI). A taxa é superior, por exemplo, a de Chicago, capital de Illinois (EUA), onde o índice foi de 53% no passado, segundo a polícia local.
Em 2018, 37% dos casos ocorridos na capital paranaense foram esclarecidos. Houve uma melhora de 36,6% na taxa de solução de homicídios quando comparados os últimos dois anos. Em 2019, foram registrados 243 homicídios, desses 149 já foram esclarecidos. Em 2018 ocorreram 297 homicídios, com solução de 109 casos.
De acordo com o delegado-geral adjunto, Riad Braga Farhat, está provado por estudos e estatísticas que a maneira mais eficiente de diminuir número de homicídios é por meio de investigações e descoberta de autorias. “Dessa forma é possível obter provas e tirar assassinos de circulação”, diz.
Farhat ressalta, ainda, que a Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa da PCPR comprova o que dizem estudos e estatísticas, pois além de aumento de soluções de homicídios houve uma queda proporcional no registro de assassinatos no ano de 2019, na capital. “O aumento de 37% de homicídios solucionados em 2018 para 61% em 2019 é muito expressiva. Isso ocorreu porque na Divisão atuam policiais civis de extrema competência, que trabalham 24 horas na difícil tarefa de elucidar crimes”, completa.
TRÁFICO E DROGAS – Conforme levantamento realizado pela PCPR, a maioria dos autores e vítimas de crimes de homicídios ocorridos em Curitiba durante o ano de 2019 são do sexo masculino. Das 243 vítimas, 17 são mulheres. Além disso, os dados apontam que 73% dos crimes registrados durante o ano estão diretamente relacionados com o uso e tráfico de drogas na cidade.
Segundo a delegada Camila Cecconello, o foco das investigações em organizações criminosas voltadas para o tráfico de drogas ajuda de forma considerável para a elucidação de crimes contra a vida. “Ao identificar e prender chefes dessas organizações, diversos inquéritos policiais são solucionados ao mesmo tempo e outras mortes deixam de acontecer”, afirma.
A delegada relaciona o aumento no índice de solução de homicídios ao desempenho e integração das equipes de investigação e de plantão, que atuam desde o primeiro atendimento no local do crime. “O aumento no índice se deve ao esforço conjunto de todos os policiais civis da unidade focados na solução desses delitos”, enfatiza.
Para o delegado-geral adjunto a defesa da vida é o principal objetivo da PCPR. “Vamos ainda melhorar esses números para 2020. Pretendemos reforçar a equipe de investigação da divisão especializada e temos certeza que com mais tempo de serviço e experiência esses policiais que lá estão conseguirão alcançar um resultado ainda melhor para este ano”, finaliza.
RACHEL GENOFRE – Em 2019, a PCPR esclareceu o assassinato de Rachel Genofre, de 9 anos, ocorrido no dia 3 de novembro de 2008. Na época dos fatos, a garota foi encontrada morta dentro de uma mala de viagem abandonada na Rodoviária de Curitiba, localizada no Centro da cidade. O Inquérito Policial foi concluído no dia 27 de novembro de 2019, após 11 anos de investigação.
Um dos fatores atrelados à elucidação do caso é a integração da base de dados entre Paraná, São Paulo e Brasília. Devido a isso, houve cruzamento do material genético encontrado no corpo da vítima com o material genético do suspeito, que já encontrava-se preso no Sistema Penitenciário de São Paulo por outros crimes.
O suspeito foi trazido para Curitiba, onde foi ouvido e confessou o crime em detalhes. O homem foi indiciado por estupro, atentado violento ao pudor e homicídio triplamente qualificado.