O Conselho Comunitário de Segurança (CONSEG) do Centro Cívico manifestou sua oposição à realização do evento Red Bull ShowRun na Avenida Cândido de Abreu, em Curitiba. A entidade questiona a pertinência do evento no local e levanta diversas críticas sobre seus impactos na mobilidade, segurança e qualidade de vida dos moradores.
O Conselho entrou em contato com a equipe do Plantão190 relatando algumas questões e dizendo ser contra a Red Bull ShowRun no bairro. Confira os pontos levantados:
Contradição com campanha de segurança viária
O CONSEG destaca que o evento vai na contramão da campanha “Desacelere”, prevista para 2025, que busca reduzir os acidentes de trânsito na capital paranaense. Segundo a entidade, promover velocidade e manobras radicais em uma cidade que enfrenta altos índices de acidentes fatais seria “um escárnio”.
Impactos na mobilidade e acessibilidade
A escolha da Avenida Cândido de Abreu também é alvo de críticas. O CONSEG argumenta que o Centro Cívico, que abriga órgãos públicos e residências, não é um local adequado para esse tipo de evento. Entre os problemas apontados estão:
- Bloqueio de acessos a sete edifícios residenciais;
- Desvio de itinerário de 27 linhas de ônibus, afetando trabalhadores e estudantes;
- Bloqueio de rampas de acessibilidade e repressão a pedestres por seguranças particulares;
- Congestionamento e embarque de passageiros no asfalto;
- Estacionamento irregular de veículos e equipamentos na Praça Salete, prejudicando a circulação de pedestres e a prática de atividades físicas.
Prejuízos ao cotidiano dos moradores
Outro ponto levantado pelo CONSEG é o impacto na rotina da população. Segundo a entidade, o evento está aumentando significativamente o tempo de deslocamento, afetando profissionais, pais que precisam buscar filhos na escola e pacientes com consultas agendadas. Também há preocupação com possíveis atrasos em atendimentos de emergência.
Poluição sonora e perturbação do sossego
O CONSEG também alerta para o agravamento da poluição sonora, problema já recorrente na região. Autistas, bebês, idosos, doentes e trabalhadores que precisam de descanso serão diretamente impactados pelo ruído excessivo do evento.
Falta de transparência e planejamento urbano
A permissão da Prefeitura para o evento também é questionada. O CONSEG alega que não houve transparência quanto aos critérios utilizados para autorizar a ocupação do espaço público e questiona se houve um edital público para a seleção do local. Além disso, critica a destinação de recursos para o evento enquanto a infraestrutura da região se encontra em estado precário, com asfalto remendado, calçadas esburacadas e iluminação deficiente.
Comunidade ignorada
Por fim, o CONSEG lamenta que a comunidade local não tenha sido consultada sobre o evento e reforça a necessidade de um planejamento urbano que respeite a ordem pública, garantindo segurança, tranquilidade e bem-estar aos cidadãos. “O turismo e o entretenimento são importantes, mas devem acontecer em locais adequados, sem prejudicar a qualidade de vida da população”, conclui a entidade.