Desde o primeiro episódio de Task me senti presa. Essa sensação de “não sei o que vai dar, mas sei que vai dar ruim” é uma tensão que funciona em séries policiais de modo geral. Mas essa série não é só mais uma crime, tiro e porrada. Ela traz ação, sim, mas traz sobretudo pessoas. Pessoas que erram por necessidade, por afeto e por dor e é isso que venho contar.
Na periferia operária da Filadélfia, dois mundos se chocam, em um lado, o agente do FBI Tom Brandis (Mark Ruffalo), que carrega perdas, histórias passadas e medos; de outro, Robbie Prendergrast (Tom Pelphrey), um trabalhador de coleta de lixo, pai, tio, sustento da família, vida simples… tudo ok, se não fosse pelo detalhe que ele decide entrar no crime. A rotina da coleta de lixo é fachada para que ele e um amigo encontrem vítimas. As coisas saem do controle quando invadem a casa de um grupo criminoso mais profissional, matam sem querer (ou quase) e acabam levando uma criança na fuga.
Robbie é o típico criminoso que a gente vai entendendo, vai empatizando. Ele não é boneco de vilão e, sim, humano. Tom, como agente, representa a lei, mas também traz falhas. Assim a série entrega ação durante a força-tarefa, mas também entrega crises internas, culpa, escolhas menos 8 e 80, circulando entre zonas cinzas. Até que ponto alguém “criminoso” está preso às circunstâncias? E quando ele decide agir, ele vira vilão ou vítima da própria história? Qual o custo da “limpeza”, não só da sujeira física (lixo) mas da sujeira moral?
Recomendo Task para quem quer mais que entretenimento, reconhecendo o sofrimento de pessoas quebradas e de um sistema que nem sempre é justo. É uma série curta, rápida, intensa, não dá pra relaxar muito. Depois que termina (são 7 episódios) você fica tentando imaginar outros finais para a trama.
Título original: Task
Ano: 2025
Temporada / Episódios: 1 temporada / 7 episódios
Criador: Brad Ingelsby
Elenco principal: Mark Ruffalo (Tom Brandis), Tom Pelphrey (Robbie Prendergrast), Emilia Jones, Thuso Mbedu, Raúl Castillo.
Plataforma: HBO / HBO Max.
Conteúdo elaborado por Francine de Souza, jornalista especialista em comunicação audiovisual. Dúvidas, críticas, elogios ou sugestões: @francinedesouza.jor.psi.adv





