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Adeus a Kevan Gillies, mestre do treinamento tático que marcou gerações

por Plantao190
19 de setembro de 2025
em Plantão 190
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Adeus a Kevan Gillies, mestre do treinamento tático que marcou gerações

(Foto: Plantão 190/Arquivo)

Curitiba perdeu nesta sexta-feira (19) uma de suas figuras mais marcantes no cenário da segurança pública mundial. Kevan Gillies, fundador da TEES Brazil – Tactical Explosive Entry School, morreu deixando um legado imensurável. Mais que instrutor, foi mentor, pioneiro e referência para milhares de policiais e militares que encontraram em seus ensinamentos o caminho para salvar vidas em situações de extremo risco.

No mês passado, Kevan havia anunciado que planejava encerrar oficialmente as atividades da TEES Brazil em 2026 para, enfim, aproveitar a aposentadoria. O vídeo, gravado no centro de treinamento, soava como uma despedida planejada. Mas a vida interrompeu os planos, e a notícia de sua partida pegou amigos, familiares e toda a comunidade tática de surpresa.

Um britânico que fez do Paraná sua trincheira

Nascido na Inglaterra, Kevan chegou ao Brasil ainda adolescente, acompanhando a família que se mudava por causa do trabalho do pai. O destino quis que ele desembarcasse em Curitiba em meados da década de 1970, cidade onde viveria a maior parte da vida e se transformaria em um ícone da segurança pública.

Desde cedo, mostrou-se obstinado. Aos 9 anos começou no karatê, aos 11 já era faixa preta júnior. Mais tarde, tornou-se professor de kempô, disciplina que o aproximou da Academia Militar do Guatupê, onde deu aulas para oficiais da Polícia Militar do Paraná. Ali nasceu a ponte entre sua paixão pelas artes marciais e o universo tático, que moldaria sua trajetória.

Kevan carregava o sonho de ingressar nas Forças Especiais britânicas (SAS). Não pôde se alistar formalmente, mas encontrou no Brasil um novo campo de batalha: formar policiais capazes de enfrentar o crime organizado com técnica, disciplina e coragem.

A criação da TEES Brazil

Em 1997, em parceria com Alan Brosnan, trouxe ao país a filial latino-americana da Tactical Explosive Entry School (TEES). Dois anos depois, inaugurou a base própria em Almirante Tamandaré, em uma área de 100 mil m². O espaço se tornou conhecido como Base Choque, verdadeiro “laboratório” de treinamento, onde explosivos, tiros e simulações realistas moldaram gerações de operadores.

Ali, nasceram treinamentos de arrombamento tático, resgate de reféns, cumprimento de mandados de alto risco e combate em ambientes confinados. O objetivo sempre foi o mesmo: preparar para o pior cenário, sem nunca abrir mão da segurança e do realismo.

Mais de 25 mil profissionais – do Brasil e do exterior – passaram pela escola. Entre eles, policiais civis e militares, integrantes de grupos de elite como Tigre, Cope, Denarc, Bope, Grumec e até mesmo os US Navy SEALs, unidade que capturou Osama Bin Laden.

A credibilidade era tamanha que a TEES Brazil chegou a ser citada e elogiada em revistas internacionais, como a S.W.A.T. Magazine.

(Foto: Plantão 190/Arquivo)

Rigor e humanidade

Kevan era conhecido pelo olhar atento, pela disciplina rígida e pelo jeito direto de ensinar. Mas, ao contrário do estereótipo de instrutor duro e distante, trazia humanidade e respeito em cada aula. Seus alunos relatam que aprendiam muito mais do que técnicas: aprendiam foco, persistência e ética.

Com 1,72 m de altura, 60 kg, sotaque britânico e a voz rouca de vocalista de heavy metal, ele podia parecer discreto à primeira vista. Mas bastava iniciar uma instrução para todos entenderem porque era chamado de mestre. Sua presença impunha respeito, e sua forma de transmitir conhecimento transformava operadores comuns em especialistas.

(Foto: Plantão 190/Arquivo)

O lado roqueiro e irreverente

Pouca gente sabia, mas Kevan também era vocalista da banda curitibana DevilSin. Entre uma instrução de tiro embarcado e outra, subia nos palcos da capital para cantar heavy metal. Essa dualidade entre música e operações especiais o tornava ainda mais fascinante.

Adorava também motocicletas. Sua Harley Davidson era companheira de longos passeios e reflexões. Para os amigos mais próximos, esse equilíbrio entre a vida intensa da Tees Brazil e os momentos de descontração na música e na estrada era a essência de quem ele era: disciplinado, mas também livre.

Impacto no Brasil e no mundo

Ao longo de mais de 25 anos, Kevan ajudou a mudar a forma como a segurança pública brasileira atua. Antes da TEES, treinamentos de operações especiais no país eram limitados, pouco realistas e sem padronização. Com ele, vieram técnicas modernas, parcerias internacionais e uma nova mentalidade para as forças de segurança.

O reflexo é visível até hoje: operações mais profissionais, menos improviso, mais vidas salvas. Seu legado não está apenas nos 25 mil policiais formados, mas nas milhares de pessoas protegidas por eles em missões reais.

(Foto: Plantão 190/Arquivo)

Família e raízes

Kevan era casado desde os 17 anos e pai de três filhos, incluindo um que trabalhou ao seu lado na TEES Brazil. Para ele, a base não era apenas um centro de treinamento: era também um lar. Passava dias e noites no local, dormindo em alojamentos para acompanhar cursos e preparar aulas.

Entre amigos e alunos, a definição mais repetida é a de que ele foi “mais que um instrutor, um pai para quem passou por suas mãos”.

Uma despedida precoce

Em agosto deste ano, Kevan apareceu em vídeo nas redes da TEES anunciando que 2026 seria o ano de encerramento das atividades. Planejava aproveitar a aposentadoria e se dedicar à família e à música. Infelizmente, o destino não permitiu que esse capítulo fosse escrito.

Sua morte gera comoção entre operadores de todo o Brasil, que reconhecem nele um dos maiores responsáveis pela evolução das polícias no país.

O legado eterno

Kevan Gillies partiu, mas sua marca é indelével. Ficará nos muros da Base Choque, no barulho das instruções, nas lembranças de cada treinamento e no coração de quem o conheceu.

Ficará, sobretudo, na coragem e na técnica de cada policial que ele ajudou a formar.

Mais que uma lenda do treinamento tático, Kevan será lembrado como um homem que acreditava na missão de salvar vidas, formar guerreiros e transformar realidades.

(Foto: Plantão 190/Arquivo)

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