O número de prisões por embriaguez ao volante aumentou 3,4% em Curitiba no primeiro trimestre deste ano, em relação a ao mesmo período do ano passado. O número passou de 117 para 121 prisões, conforme balanço do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), da Polícia Militar do Paraná, divulgados nesta sexta-feira (14).
Os dados mostram que no primeiro trimestre as equipes policiais atenderam 95 acidentes envolvendo condutores alcoolizados, com 33 pessoas feridas e uma morte. No mesmo período de 2020 os números foram um pouco maiores, com 103 acidentes e 38 feridos. Houve também um óbito.
Em todo o ano de 2020 na Capital foram 496 acidentes, com 603 prisões por embriaguez ao volante, 1.150 notificações. Houve 169 feridos e quatro óbitos no local.
A divulgação do balanço pelo BPTran ocorre em meio a campanha educativa Maio Amarelo, sobre segurança no trânsito. Os dados buscam reforçar a conscientização de condutores em relação a responsabilidade no volante.
De acordo com a porta-voz da unidade, tenente Mayara Jaqueline Tonelli, a fiscalização dos policiais militares agentes de trânsito é constante, mesmo durante a pandemia, para inibir esse tipo de conduta que causa graves acidentes com mortes. “O respeito à legislação e o bom senso são primordiais para que o trânsito seja mais seguro. Temos atendido vários acidentes e, infelizmente, a irresponsabilidade sobre o uso de álcool na direção é constatada”, disse.
NOTIFICAÇÕES – A fiscalização com equipes nas ruas em blitzes e abordagens resultou, somente no primeiro trimestre, em 283 notificações a motoristas flagrados sob influência de álcool (art.165 do Código Brasileiro de Trânsito) e que se recusaram a fazer o teste com etilômetro (art.165-A).
Além disso, 121 condutores acabaram presos por estarem com mais de 0,3 miligramas de álcool por litro de ar. Além do aumento no número de prisões, de 3,4%, houve elevação também na lavratura de notificações, que foi de 7,6% – passando de 263 para 283.
EXAMES – Durante as abordagens policiais no primeiro trimestre foram realizados 2.692 exames etilométrico, dos quais 1.840 ocorreram durante blitzes e 852 em atendimentos a acidentes de trânsito. Isso representa uma queda de 43,7% se comparado ao ano de 2020, quando foram 4.788 testes.
Ainda segundo os dados estatísticos do BPTran, houve uma diminuição de 28,3% na recusa de condutores em fazer o teste etilométrico, se comparado ao primeiro trimestre de 2021: de 166 para 119.
Do total dos primeiros meses deste ano, 29 foram após acidentes e 90 nas ações das equipes do Batalhão de Trânsito. Já no ano passado, 25 ocorreram durante acidentes de trânsito e 141 durante blitzes.
ANO PASSADO – Em todo o ano de 2020, o Batalhão de Polícia de Trânsito registrou queda de 21,06% nos acidentes de trânsito em Curitiba, se comparado a 2019 – de 6.132 para 4.840 casos. Deste total, em 496 foi constatada embriaguez ao volante. Isso representa uma diminuição de 20,2% em relação ao ano anterior, com 622 casos.
Nas 496 ocorrências de acidentes no trânsito ocasionados por embriaguez ao volante, quatro pessoas morreram, vítimas da imprudência por parte de condutores. Além disso, outras 169 pessoas ficaram feridas – 8,1%% a menos do que em 2019, quando foram 184 feridos e dois óbitos.
PREVENTIVAS – – Mesmo durante a pandemia, o Batalhão de Trânsito intensificou as ações preventivas e de fiscalização urbana em Curitiba, no ano passado. Com isso, 603 pessoas foram detidas por embriaguez ao volante, número 5,6% menor se comparado ao ano de 2019, quando foram 639.
Além disso, 1.150 condutores foram notificados em consonância com o artigo 165 e 165 A do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), dirigir sob influência de álcool ou outra substância psicoativa e quando o condutor se recusa a fazer o exame etilométrico. Isso representa uma queda de 45,7% comparado ao ano anterior, quando foram 2.118 notificações.
Durante as abordagens foram feitos 15.704 exames etilométricos, dos quais 11.907 ocorreram durante blitzes e 3.797 nos locais de acidentes de trânsito. Isso representa uma queda de 19,6% se comparado ao ano de 2019, quando foram 19.555 testes de bafômetro no total.
No entanto, durante alguns meses de 2020, o número de exames registrados pelas equipes do BPTran foi superior ao mesmo mês de 2019, dentre eles janeiro (de 1.594 foi para 1.944), fevereiro (de 1.326 foi para 1.797), julho (de 1.811 subiu para 2.081), setembro (de 1.258 cresceu para 1.634) e outubro (de 1.280 para 1.669).
Ainda segundo os dados estatísticos do BPTran, houve uma diminuição de 45,5% da recusa de condutores para fazer o teste de bafômetro – de 892 para 486. Deste total de 2020, 145 ocorreram durante acidentes de trânsito e 341 durante blitzes. Já em 2019, foram 155 após acidentes e 737 nas ações das equipes do Batalhão de Trânsito.
Blitz Educativa alcança 280 motoristas e distribui 700 folders e 200 etilômetros
Nesta quinta-feira (13), o BPTran fez mais uma ação educativa voltada aos motoristas de automóveis, em alusão ao Maio Amarelo, na Avenida Victor Ferreira do Amaral, no bairro Tarumã. A ação alcançou cerca de 280 motoristas. Mais de 700 folders e 200 etilômetros descartáveis, de cunho educativo, foram entregues para motoristas e passageiros.
A blitz foi organizada pelo BPTran, com apoio de equipes da Companhia Tático Móvel de Trânsito (Cotamotran). A abordagem às pessoas contou com integrantes do próprio batalhão e agentes do Detran-PR, da Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito (Setran), do Observatório Nacional de Segurança Viária e da empresa Souza Cruz.
A abordagem aos motoristas foi focada na entrega de materiais educativos, com folders contendo informações sobre condutas que podem evitar acidentes, como não ultrapassar o limite de velocidade da via, não avançar o sinal amarelo, além das medidas básicas de uso de cinto de segurança, não consumir bebidas alcoólicas antes de dirigir, ter atenção ao fazer ultrapassagens, sempre pela faixa da esquerda, e a não utilização do celular no volante.
Para Cleunice Cândido Pereira, as ações educativas contribuem para que as pessoas revejam suas atitudes no trânsito. “Tem muito acidente que acontece por causa do álcool. Vejo que falta paciência e educação das pessoas, é preciso fazer atividades como essa para mudar o pensamento dos motoristas”, avaliou.
José Mario Vieira, que atua como motorista de aplicativo de transporte, ressaltou a ação. “É importante termos essas blitzes educativas. A gente tem que sempre tomar cuidado e ter atenção redobrada para evitar acidentes”, afirmou.
Cleia de Oliveira, que também atua como motorista de aplicativo, acredita que a combinação de álcool com direção é o que mais causa acidentes graves. “Muitos acidentes acontecem por causa disso, então acho muito válida essa ação da Polícia Militar”, afirmou.