Um homem foi detido na manhã desta quarta-feira (14) no Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, com 126 canetas injetáveis utilizadas popularmente para emagrecimento. Os medicamentos, trazidos ilegalmente do exterior, estavam escondidos em sua bagagem de mão e na mala despachada, sendo identificados durante fiscalização de rotina da Receita Federal.
Segundo as autoridades, o passageiro, de nacionalidade brasileira, havia adquirido as canetas em Londres, na Inglaterra. De lá, seguiu para Madri, na Espanha, de onde embarcou para Assunção, no Paraguai. O trecho até o Brasil foi feito por transporte rodoviário.
A intenção do suspeito era embarcar com destino a Natal, no Rio Grande do Norte, onde parte das canetas seria vendida. O restante seria levado até Belém, no Pará, cidade onde reside. Cada unidade do medicamento seria comercializada por aproximadamente R$ 3 mil.
Diante do flagrante, o homem foi encaminhado à Polícia Federal para os procedimentos legais cabíveis. As mercadorias foram apreendidas e levadas à Alfândega da Receita Federal em Foz do Iguaçu.
Uso controlado
As canetas injetáveis em questão atuam sobre os receptores GLP-1 e GIP, hormônios que auxiliam na regulação da saciedade e da insulina. Embora tenham indicação para o tratamento de diabetes tipo 2, esses medicamentos têm sido amplamente utilizados, sem prescrição adequada, para fins estéticos e de emagrecimento rápido.
Devido ao uso indiscriminado, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou em abril regras mais rigorosas para a prescrição e comercialização desses produtos. A partir de junho, a venda só poderá ocorrer mediante apresentação de receita em duas vias, com retenção obrigatória pela farmácia ou drogaria, nos moldes do que ocorre com antibióticos. A validade da receita será de até 90 dias.