A Academia Policial do Guatupê (APMG), casa de ensino e formação de praças e oficiais, foi o local da cerimônia de passagem de comando da Polícia Militar do Paraná nesta sexta-feira (12/02). O coronel Péricles de Matos, que estava na gestão há pouco mais de dois anos, entregou o posto ao coronel Hudson Leôncio Teixeira. O evento foi presidido pelo Governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior e reuniu diversas autoridades Civis e Militares.
O Governador Ratinho destacou o empenho do coronel Péricles, as operações e avanços nas áreas operacional e administrativa que impactaram na redução de crimes em todo o estado. A entrega de novas viaturas e equipamentos também melhoraram as condições de trabalho dos militares estaduais. “Foram diversas funções sempre exercidas com muita dedicação e sucesso, mesmo com as dificuldades trazidas pela pandemia. A PM mostrou capacidade de superação e mobilizou o efetivo para auxiliar nas ações preventivas de combate a pandemia”, disse.
No último ano, mesmo com as dificuldades orçamentárias e impactos da pandemia, a Polícia Militar continuou nas ruas protegendo a população. Com os decretos governamentais, a Corporação fez a fiscalização e tem atuado com orientações em todo o Paraná para que a população respeite as medidas sanitárias para frear a propagação do coronavírus. “Conseguimos fazer com que os crimes e acidentes diminuíssem em todo o nosso estado. Somente nos primeiros 35 dias da medida, foram quase 32% de queda em geral, sem falar na redução da quantidade de roubos que chegou a 15%, e até a diminuição dos casos de violência doméstica”, destacou o Governador Ratinho.
O Secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Romulo Marinho Soares, agradeceu ao coronel Péricles pelos 36 anos de dedicação à Polícia Militar do Paraná. “Desejo ao coronel Péricles sucesso e muitas alegrias nessa nova etapa, que possa aproveitar a família, que tantas vezes precisou deixar de lado porque a missão com a segurança pública foi mais urgente e necessitava de seus direcionamentos”, disse.
Após 36 anos na Polícia Militar do Paraná, o coronel Péricles passa agora para a Reserva Remunerada e, ao falar sobre o comando, destacou o último ano em que a sociedade vive uma pandemia. “Com certeza não é um ambiente tranquilo que faz um bom gestor e o administrador público, não cabe ficar reclamando da situação, mas sim desenvolver novas estruturas, novos métodos, novos processos e dar a resposta que o povo procura”, disse.
Sobre o coronel Hudson, o secretário Marinho, além de destacar o que o levou ao mais alto posto da Corporação, também elogiou a sua forma de trabalhar. “Os oficiais e praças da PMPR terão ao seu lado um comandante que estará junto, principalmente nas situações difíceis, pois ele trabalha ombreado com a sua tropa, compartilha riscos e resultados, e não tem medo de ir para a rua”, disse.
Para o coronel Hudson, assumir o Comando-Geral é uma grande responsabilidade com a sociedade do Paraná para reduzir ainda mais a criminalidade no estado. “Todo oficial que entra na polícia almeja ser o comandante, e graças a Deus eu trabalhei e alcancei esse posto após a conquista da confiança da tropa e do nosso Governador. Para mim é uma satisfação, um compromisso e uma responsabilidade muito grande assumir essa função”, finalizou o coronel Hudson.
RESULTADOS – Durante o comando do coronel Péricles, a Polícia Militar do Paraná retirou das ruas mais de 246 toneladas de drogas, mais de 10 mil armas de fogo e mais de 132 mil pessoas foram presas e apreendidas. A PM também adquiriu 1.088 novas viaturas, 151 armas longas, 384 etilômetros e 1.783 rádios comunicadores, ao longo desses dois anos.
As maiores cidades do Paraná apresentaram queda de mais de 20% no número de homicídios em 2019, no comparativo com o ano anterior. No primeiro semestre de 2020, mais da metade dos municípios do Paraná não tinham registrado qualquer tipo de homicídio. Em 244 cidades paranaenses, não houve crimes desta natureza e em 93% das cidades paranaenses, o número de homicídios ficou abaixo de 4. No mesmo período, houve uma redução de 80 crimes contra o patrimônio por dia no estado. Foram 10% de queda nesse tipo de crime em todo o Paraná e, analisando somente os roubos, houve redução de 25%.
“Nós tivemos, no início da pandemia, um rápido acréscimo de homicídio, mas rapidamente desenvolvemos operações e reduzimos todas as estatísticas no estado do Paraná. Então os números falam por mim, mas agradeço as praças da PMPR, pois os resultados obtidos são frutos do suor, do esmero e da dedicação diária de cada um”, disse o coronel Péricles.
PROJETOS – Ainda neste período, houve a expansão do aplicativo 190 PR para que o cidadão possa acionar a Polícia Militar para receber atendimento de emergência e fazer denúncias de crimes. A plataforma foi adaptada com recursos de acessibilidade para atender pessoas com deficiência auditiva e conta ainda com acionamento rápido para casos de violência doméstica, acidente de trânsito e perturbação do sossego.
Houve também a digitalização da rede de rádio das unidades da Polícia Militar em todo o estado para garantir melhor qualidade e segurança nas transmissões. Na região de fronteira foi implantada a rede de rádio digital da ENAFRON, um sistema foi integrado com outras forças de segurança federais, estaduais e municipais em parceria com o Exército Brasileiro. Além disso, foi feita a contratação da Unidade de Resposta Audível (URA) para o Centro de Operações Policiais Militares (COPOM) para melhor o atendimento à população e reduzir o número de chamadas mudas.
Foi criado o Corpo de Militares Estaduais Inativos Voluntários (CMEIV) e o projeto Escola Segura, uma parceria entre as secretarias de Segurança Pública e Educação para fortalecer a segurança dos colégios estaduais e reforçar os valores de cidadania no ambiente escolar. Com os policiais militares do CMEIV aplicados nos colégios, houve redução de 70% no número de ocorrências no entorno das unidades de ensino estaduais em comparação com o período anterior ao projeto.
NOVO COMANDANTE – O coronel Hudson Leôncio Teixeira nasceu em Curitiba, é casado e tem filhos. Ele entrou na corporação como soldado em 1989 e formou-se aspirante à oficial em 1992 e a primeira unidade a servir foi o 13º Batalhão. Depois trabalhou no 12º Batalhão, na Companhia de Polícia de Choque, na Força Samurai e foi comandante do 17º Batalhão, do 5º Batalhão e do Batalhão de Operações Especiais (BOPE). Comandou, ainda, a Companhia de Eventos, o 1º Comando Regional da PM (1º CRPM) e foi chefe da Divisão de Operações de Segurança do Governo do Estado. Antes de assumir o Comando-Geral estava como subcomandante-geral da PM.
Ao longo da carreira de cerca de 30 anos fez dezenas de cursos e capacitações voltadas à segurança pública, entre eles o Curso de Controle de Distúrbios Civis, Curso de Negociação com Reféns, Curso de Resgate de Reféns de Alto Risco, Curso de Socorrista, além de capacitação operacional com estágio na Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (ROTA), da Polícia Militar de São Paulo, e na Special Weapons And Tactics (Swat), nos Estados Unidos, entre outras capacitações. Também acumula medalhas e comendas de mérito.
O coronel Hudson disse que em sua gestão pretende buscar melhorias para toda a tropa. “Vou usar o que aprendi ao longo do tempo para melhorar as condições de trabalho para os policiais, a saúde dos militares estaduais, além da aplicação correta e adequada do policiamento, a inovação numa reestruturação das atividades administrativas, tentando terceirizar algumas missões para que tenha mais policiais na rua”, disse.
CERIMÔNIA – Após o ato de passagem de comando, foi feita a entrega da Espada do Comando-Geral e das platinas de Comandante-Geral ao coronel Hudson. A Espada do Comando-Geral é um elemento simbólico em celebrações militares e representa a justiça e autoridade do oficial.
Logo em seguida, os comandantes sucedido e sucessor fizeram a revista à tropa e, depois, foi feito o descerramento do retrato do coronel Péricles que será fixado na Galeria de Comandantes-Gerais da PMPR. Também foi feita a entrega do livro funcional, onde conta a história do coronel Péricles dentro da Corporação, e do distintivo de militar inativo.
As esposas dos comandantes sucedido e sucessor foram homenageadas pelo apoio e por manter a estrutura familiar forte durante os longos períodos em que seus respectivos maridos estiveram ausentes por conta da responsabilidade com a Segurança Pública.