A Delegada Tathiana Guzella, que está a frente da investigação das mortes do advogado Igor Martinho Kalluf, 40 anos e seu amigo Henrique Mendes Neto em entrevista coletiva, afirmou que as investigações já estão em estado avançado e a linha de investigação conseguiu mediante todas as provas já levantadas, chegar ao mandante do crime e a identificação dos executores.
Toda a história iniciou no final de 2019, quando um vendedor de jóias de Curitiba repassou para um empresário identificado por Bruno, que era seu amigo, cerca de 480 mil reais em esmeraldas, para que ele vendesse essas jóias e repassasse o dinheiro para ele.
Os meses se passaram e o vendedor de jóias de Curitiba além de não receber de volta as jóias de seu amigo Bruno, também não teria recebido o dinheiro das esmeraldas.
O vendedor de jóias de Curitiba então começou a ser pressionado nos últimos meses pelo seu fornecedor de São Paulo, que queria a todo custo o dinheiro das esmeraldas.
Como o vendedor de jóias era amigo de Bruno, ele se sentia um pouco constrangido em realizar cobranças e pediu ajuda para um amigo, o advogado Igor Kalluf.
Eles então criaram uma estória, a qual Igor seria um cobrador que teria vindo de São Paulo a mando do fornecedor de jóias paulista, cobrar a dívida do empresário Bruno e cobrar o vendedor de jóias curitibano. Ficou evidente que o vendedor de jóias curitibano não seria cobrado, já que o intuito do advogado, era ajudar seu amigo a receber o dinheiro das jóias, se passando por um falso cobrador.
No dia 10, um dia antes do crime, Igor ligou para Bruno realizando a cobrança, relatando que teria vindo de São Paulo e que iria cobrar o valor da dívida do empresário e do vendedor de jóias curitibano.
Eles então marcaram um ponto de encontro em Santa Felicidade, em frente ao 12 Distrito Policial, porém, eles mudaram o local para o posto de combustível na região central de Curitiba.
O advogado Igor Kalluf foi com seu amigo Henrique Mendes Neto, o qual iria prestar o serviço de motoboy no restaurante do advogado, localizado na mesma rua do posto de combustível, após a situação da cobrança.
Passado aproximadamente uma hora, o empresário Bruno chega próximo do posto e estaciona o veículo um pouco antes do local. Junto com Bruno estavam 3 homens armados no carro, onde dois desembarcam e seguem a pé até a loja de conveniência. Bruno chega e estaciona o carro e desembarca com um dos homens que aparece na imagem com uma camiseta preta, com uma caveira desenhada. No banco de trás desembarca o vendedor de jóias curitibano.
Bruno e o homem de camiseta com caveira vão diretamente conversar com Igor. Durante a conversa há uma discussão e o homem de camiseta preta com caveira se exalta e saca um revólver 6 polegadas calibre 38. Bruno se levanta e se afasta. Já o vendedor de jóias curitibano percebendo o tamanho do problema que tinha causado, se levanta e se coloca na frente do homem armado, pedindo para que ele se acalme, para parar com aquela situação. O homem armado então coloca o revólver na cintura.
Bruno então se aproveita para sair discretamente e neste momento, de acordo com a delegada, teria dado a ordem para os homens armados executarem Igor. Pouco depois o vendedor de jóias, percebendo que a situação volta a ficar tensa, também sai de dentro da loja. Neste momento o homem de camiseta preta e um comparsa se aproximam e executam o advogado Igor Kalluf e seu amigo Henrique Mendes Neto. Henrique teria morrido de graça. Veja o momento do crime:
A delegada acredita que pelo fato de Bruno ter levado 3 homens armados para o encontro, já havia premeditado o crime.
O empresário Bruno foi preso na noite de quinta-feira (11), pelas equipes da Divisão de Homicídios em São José dos Pinhais e já foi ouvido pelos policiais. Bruno relatou que estava sendo ameaçado por Igor, porém até o momento isso não foi comprovado. Questionado pela polícia, Bruno relatou que contratou apenas um dos capangas, e que esse capanga trouxe os dois comparsas por conta própria.
A Delegada Tatiana Guzella afirmou que os três capangas armados já foram identificados pela polícia e estão sendo procurados. Ela relatou que o trio já tem experiência com armas de fogo e que um deles já foi integrante de uma força de segurança, porém a identificação do trio ainda é sigilosa. Eles podem ser presos a qualquer momento.
O advogado Igor Kalluf era sócio em um restaurante de comida Árabe no bairro Batel em Curitiba. Ele deixou dois filhos adolescentes.
Neto era grande amigo do advogado e trabalhou em alguns restaurantes de Curitiba. Nas horas vagas, o hobby de Neto era compor músicas com os amigos. Neto teria sido assassinado apenas por estar no lugar errado e na hora errada. A delegada afirmou que ele já contava com passagem pelo sistema prisional.