Quando a gente acha que já viu histórias fortes sobre AIDS ou preconceito, surge Máscaras de Oxigênio Não Cairão Automaticamente para nos lembrar que, em 2025, nem lembramos mais o que foi encarar a brutalidade do diagnóstico, especialmente para quem era invisível na época. A minissérie da HBO Max (5 episódios) se passa nos anos 1980, no Brasil, um tempo em que a doença era tratada como “castigo” e vidas eram definidas pelo preconceito.
A história acompanha um grupo de comissários de bordo, amigos e familiares que enfrentam o avanço do vírus enquanto tentam sobreviver ao moralismo e à omissão do Estado. O choque é inevitável: a empatia só começa a aparecer quando famosos e conservadores começam a morrer, e a sociedade percebe que o HIV não escolhe classe, cor nem status. Até ali, quem pagava com a vida era a população periférica, a mesma que lutava por direitos de um coletivo que sequer a enxergava.
Entre os vários núcleos, o de Fran e Sônia é um dos mais tocantes. Duas mulheres que aprendem, na dor e no amor, a compreender o outro e a si mesmas. As duas que se relacionaram com o mesmo homem, enfrentam a doença juntas. É esse vínculo, humano, frágil e transformador, que costura o fio da série, de que o amor salva vidas.
Com atuações intensas de Johnny Massaro, Bruna Linzmeyer e Ícaro Silva, a produção equilibra reconstituição de época impecável e crítica social contundente. É uma obra que expõe a hipocrisia, mas também celebra a resistência. E que nos lembra, com força e ternura, que empatia não é privilégio: é urgência.
🎬 Ficha técnica essencial
Título: Máscaras de Oxigênio Não Cairão Automaticamente
Estreia / Disponível: 31 de agosto de 2025
Plataforma: HBO Max
Episódios: 5
Criadores / Roteiristas: Thiago Pimentel, Patrícia Corso, Leonardo Moreira
Direção: Marcelo Gomes, Carol Minêm
Elenco principal: Johnny Massaro, Bruna Linzmeyer, Ícaro Silva, Hermila Guedes, Júlio Machado
Gênero: Drama histórico / Crítica social
Tema central: Epidemia de HIV/AIDS, preconceito, invisibilidade, contrabando de remédios, redes de solidariedade
Classificação indicativa: recomendada para maiores de 16 anos
Conteúdo elaborado por Francine de Souza, jornalista especialista em comunicação audiovisual. Dúvidas, críticas, elogios ou sugestões: @francinedesouza.jor.psi.adv