Um praticante de kitesurf chamou a atenção de banhistas na praia de Matinhos na tarde desta quarta-feira (13).
O rapaz acabou perdendo a prancha e acabou se afastando da praia. Equipes de resgate no helicóptero Falcão do BPMOA foram até o local e perceberam que o rapaz estava boiando com apoio da pipa.
Um bombeiro com motoaquatica foi até ele e conseguiu resgatar a prancha. Com a prancha o rapaz conseguiu retornar a praia em segurança. Veja o vídeo:
Kitesurf, kiteboarding ou mesmo flysurf é um desporto aquático que utiliza uma pipa (comumente chamada pelos praticantes de kite) e uma prancha com ou sem alças (uma estrutura de suporte para os pés). A pessoa, com a pipa presa à cintura através de um dispositivo chamado trapézio, coloca-se em cima da prancha, comanda o kite com a barra, e sobre a água, é impulsionada pelo vento que atinge pipa.
Ao controlá-lo, através de uma barra, consegue se deslocar (orçar ou arribar) escolhendo um trajeto, pegando ondas ou realizando saltos. Este esporte, relativamente recente, encontra-se num momento de grande popularidade e em crescente prática no Brasil, e no mundo.
Infelizmente nesse caso os bombeiros pecaram pelo excesso.
Quem pratica o esporte e sabe pode ver no vídeo que o kite estava acima do kitesurfista e que ele estava iniciando o procedimento de auto-resgate chamado “upwind body drag” ou “superman”. Isso faz com que a pessoa consiga recuperar a prancha para continuar velejando sem o auxílio externo. Pode procurar no youtube que existem dezenas de vídeos mostrando isso.
Ao se aproximar com o helicóptero perto do kitesurfista eles colocaram em risco inclusive a própria aeronave, pois se as linhas do kite ou o próprio kite enroscassem nas pás do rotor é possível que ela viesse a cair.
Além disso o próprio atleta poderia ter usado a pipa como uma bóia em último caso, usando a mesma a favor do vento para voltar para a praia.
Vejam que existem muitas opções para alguém que sabe como o equipamento funciona, mas quem não conhece não vê os riscos em tentar ajudar sem necessidade.
Recebi mensagens do próprio kitesurfista dizendo que ele fazia sinais para eles se afastarem mas os bombeiros ignoraram e continuaram o procedimento.
Seria interessante que o pessoal dos bombeiros do Paraná se informassem sobre em que situações ou em como fazer um resgate desses com segurança, e se na verdade é necessário a ação. Muitas vezes não é. Tenho certeza que existem vários praticantes com experiência que podem ajudar com isso.
Em lugares como SC ou RJ, aonde o esporte é mais conhecido, eles jamais teriam feito esse procedimento nessa situação.